segunda-feira, fevereiro 20, 2012

O Emprego

Falamos muito de emprego, ou melhor da falta do mesmo. É uma das novas realidades deste início de século. As nossas políticas para conseguir maior rendibilidade levaram a uma erosão do emprego no "mundo desenvolvido" e não sabemos como dar a volta à situação.

Na Europa são muitos os países com taxas de desemprego históricas e é necessário que o país esteja a atravessar um muito bom momento para dar a volta à situação. Temos poucas opções já que no sector primário as máquinas são essenciais, no sector secundário temos problemas com as economias de escala e a nova modo do sector terciário é o self-service.

Além disso como trabalhadores queremos ter um salário decente e cada vez estamos menos propensos a tarefas menores (para isso temos a imigração) e como consumidores queremos um produto barato sem que nos preocupe demasiado como conseguimos obtê-lo.

Então será que é mesmo impossível? Não haverá mesmo outra saída? Que é feito dos homens das bombas de gasolina? Dos portageiros, dos homens da entrega do pão ou do jornal? E porque é que hoje em dia se pensa primeiro numa máquina que numa pessoa? Mas BASEADO EM QUÊ? 

Houve provavelmente algum iluminado que disse que o custo com pessoal não poderia representar mais que x% na conta de resultados de uma empresa e já está, todos a poupar. Privilegiamos as máquinas porque são um activo e têm um valor intrínseco, mas quantas e quantas vezes dizemos que uma determinada empresa vale pelas pessoas? Portanto somos conscientes desse valor mas incapazes de representar o seu valor de forma contabilistica, isto parece-me uma verdadeira parvoíce!

E o Estado que deveria ser o primeiro a defender este tipo de ideias está mais interessado em fazer favores a determinadas empresas do que criar emprego, veja-se por exemplo o caso das portagens das SCUT. Até posso acreditar que numa estratégia financeira a máquina tem muitas vantagens ao recurso humano, mas tendo em conta o quadro actual será que temos de ser tão gananciosos?

Isto sem ignorar que também como recursos humanos temos de rever a nossa própria postura porque os direitos adquiridos custam muito a criar, mais a manter mas é apenas necessária uma pequena crise para que se deite tudo a perder.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

A Austeridade

Podemos dizer que esta é a palavra de 2011 e muito provavelmente o será em 2012. E a nova moda económica fruto da crise da dívida soberana. Podemos dizer que a crise soberana advém do gasto excessivo a que incorremos durante os últimos anos. É certo que se construíram muitas infra-estruturas, alguma necessárias outras nem tanto e algumas outras apenas para encher os bolsos de uma elite de pessoas sem escrúpulos. Podemos também pensar nas garantias adicionais que os estados têm que dar ou na contabilidade inventiva dos últimos anos que apenas serve para justificar e esconder a situação real.

A verdade é que não utilizamos a maior de todas as regras...não se pode gastar mais do que temos e se o fazemos temos que pensar que mais tarde ou mais cedo tudo terá uma consequência. 

Agora temos que aceitar alguns cortes e a perda de direitos que fomos conquistando. No entanto todos sentimos que as coisas não se estão a fazer como se deveria, podemos perder direitos mas é algo que tem de ser aplicado a todos! Além disso vemos como os gestores públicos gozam de uma impunidade histórica e isso é algo que ninguém pode aceitar. Todos aceitamos erros mas isto??? E baseado em quê??? Será que é tão díficil aplicar a mesma regra a todas as classes sociais e não ceder às pressões de uma classe cada vez mais rica?

Bom justiça à parte voltamos à austeridade. Cortes e mais cortes, perda de direitos e vemos situações de injustiça total. Que é importante gastar menos acho que tal é algo que todos aceitamos, mas e o resto? É que nos últimos anos não temos mais saúde, nem mais segurança ou bombeiros, não temos mais serviços públicos, nem educação. Assim que me lembre a única coisa que nos deram foi a garantia dos depósitos até aos 100.000€. Falta apenas responder a uma grande pergunta: quantos portugueses querem realmente (ou podem eventualmente utilizar) a totalidade dessa garantia?