sexta-feira, janeiro 07, 2011

Empréstimos do Estado

O Estado necessita de liquidez de curto-prazo. É assim em todas as economias já que existe um défice de tesouraria e as entregas mensuais de IRC, IRS, IVA, demais impostos e taxas não são suficientes para colmatar as despesas correntes de cada mês. Esta situação agrava-se quando temos empréstimos obrigacionistas para pagar.

Ora nos últimos tempos temos ouvido cada vez mais falar neste instrumento de financiamento do Estado (as obrigações do Tesouro) e nas taxas de juro que o mesmo oferece. Ora se o Banco Central Europeu empresta dinheiro aos bancos a 1% e as Euribor oscilam entre 1 e 2% o prémio que o Estado tem de pagar por pedir dinheiro aos investidores está entre os 6 e os 7%!!! Mas baseado em quê??? Está é fácil...na falta de credibilidade que o Estado Português oferece aos investidores.

Agora tenho eu um pensamento...se os bancos andam a captar as poupanças dos portugueses com taxas de juro de 3,5 a 4%, porque raio é que o Estado tem de pagar quase 7%?

Já sei que os 1250 milhões de euros que querem colocar a um prazo de 10 anos, e os 750 milhões a 4 anos são muito dinheiro, mas secalhar fazendo uma boa campanha de publicidade como se fazem para as OPV o Estado é capaz de colocar uma parte significativa deste montante a 5 ou 5,5%. Afinal de contas para quem não gosta de risco nada melhor que emprestar o dinheiro ao Estado, já que é menos provável que entre em falência que um banco.

Claro está que para isto é necessário planeamento e fazer as coisas com algum tipo de estratégia, mas numa altura em que é preciso poupar em tudo e em que temos de cortar não é altura para pensar bem a nossa estratégia de financiamento e conseguir provar todas as alternativas? É que pensando bem 1% menos de juros são menos 7,5 milhões de euros por ano...