segunda-feira, novembro 19, 2007

Os incêndios e a madrugada

Este ano para variar um pouco tivemos algum descanso com os fogos florestais. Há 3 anos que o nosso país é fustigado com imensos incêndios que devastam àreas realmente épicas pois à muitos que ultrapassamos o milhão de hectares perdidos para a fúria das chamas.

Este ano até nos correu bastante bem, em primeiro lugar porque as vagas de calor decidiram deixar o nosso país e aparecer na Grécia e países da "ex-jugoslávia" (eles são tantos que o melhor é mesmo abreviar) e em segundo (e segundo a nossa imprensa) por um bom planeamento e prevenção por parte das autoridades responsáveis (protecção civil, instituto das florestas e bombeiros).

Ora nem tudo é verdade, afinal a grande verdade é que tivemos muita sorte durante este verão. MAS SORTE BASEADO EM QUÊ?

Baseado em que as vagas de calor visitaram outras paragens, que a humidade relativa do solo era alta, que afinal não tivemos tanta seca e que os incendiários se esqueceram dos fogos. Baseado nas notícias deste verão que davam conta de falta de bombeiros, de ineficiência nas comunicações, escassez de meios preventivos, câmaras que não funcionavam (por exemplo na serra da Arrábida), orçamentos cortados, falta de recursos humanos de apoio e até helicópteros que ficaram em terra (segundo alguns artigos do Público, faltavam alguns licenciamentos e regularizações de alguns dos nossos novos meios de combate aos incêndios) .

Bom vistas assim as coisas nem tudo são boas notícias, pois se conseguimos ter um verão relativamente descansado, é no Outuno que a falta de àgua e as altas temperaturas estão a colocar à prova os nossos meios. Mais uma vez a inevitável ligação ao aquecimento global! Quem diria que o número record de incêndios seria estabelecido no dia 11/11?

Eu diria que o aquecimento global é um excelente alibi, a falta de àgua e de meios outro, mas que o maior incêndio do ano deflagre às quatro da madrugada já acho um bocadinho exagero! Será preciso chamar o Sherlock Homes para investigar o inexplicável mistério????

segunda-feira, novembro 05, 2007

Desenvolvidos ou Parasitas?

Deveriamos mudar a forma como medimos o grau de desenvolvimento dos países e economias...
Deveriamos ter a coragem de impôr impostos ecológicos e taxas de poluição a todos os produtos...
Deveriamos implementar políticas de poupança de energia, de controlo de poluição, de emissão de CO2, de produção de resíduos sólidos, de renovação de floresta, de poupança de àgua enfim políticas de verdadeira preocupação ecológica...
Deveriamos ter a força necessária para penalizar as importações de determinados países, tal como em seu tempo fizemos com os impostos aduaneiros.

BASEADO EM QUÊ? Baseado simplesmente no facto de não ser justo que as chamadas economias desenvolvidas do mundo mostrem tantas relutânicas em mudar hábitos por não ser economicamente vantajoso. Baseado no crescimento de algumas economias em vias de desenvolvimento que já não podem fazê-lo da mesma forma que outrora, porquê? Simplesmente porque o contexto mudou!

A verdade é que o mundo está mais uma vez a mudar. Talvez dentro de alguns anos denominemos esta mudança a Revolução Ecológica!

Hoje em dia já não basta um país ter baixas taxas de desemprego, energia, infra-estruturas, educação e cultura. É necessário oferecer mais que produtos, serviços ou criação de riqueza.
É necessário mais, é necessário pedir ao Governo, às empresas, às ONG, às famílias, aos vizinhos e a nós próprios preocupação com a sustentabilidade ecológica do que fazemos.

Assim sendo, e tendo em conta que esta nova necessidade existe e não pode ser classificada em efeitos puramente financeiros deveriamos re-equacionar a definição de desenvolvimento com base neste nova variável e atribuindo-lhe a importância que tem.

O "agente Smith", no filme Matrix, diz a certo momento que apenas os parasitas têm um comportamento semelhante ao nosso. Assim está mais do que no momento de decidirmos: Desenvolvidos ou Parasitas?????