Todos nós sabemos que já existem muitas outras fontes de acesso a qualquer tipo de informação, mas que não estão disponíveis para uma grande parte da população (portuguesa ou mundial).
Assim os orgãos de comunicação detêm o poder de "opinion liders" e de "opinion makers", pois através dos seus jornalistas, comentadores, artigos, reportagens, etc podem moldar (às vezes até manipular) a opinião de quem os escuta, vê ou lê. Neste papel de "líder de opinião" os orgãos de comunicação podem modelar a ideia que temos dos sucessos, insucessos, forças, fraquezas, pós e contras de qualquer tema e do nosso país.
Basta olharmos para as diferenças que existem nas mensagens transmitidas em Espanha e Portugal (por exemplo) no que diz respeito aos Jogos Olímpicos ou outro qualquer desporto. É muito velha a teoria do copo meio-cheio ou meio-vazio, e neste contexto de crise de confiança cabe aos orgãos de comunicação (segundo a minha opinião) utilizarem o seu poder para dar a conhecer o que de bom temos e fazemos que já é bastante. Olhando para alguns dos nossos êxitos:
- Somos uma das poucas economicas europeias e da zona euro que não está em recessão técnica;
- Temos pelo menos 12 marcas têxteis a fazer uma internacionalização espectacular (salsa, lanidor, dielmar, sacoor, etc)
- As nossas grandes empresas têm uma posição de relevo no mercado espanhol
- O número um da Nissan é Português
- etc...
A escassez de mensagens positivas é uma lacuna que existe em muitos sectores e empresas, na nossa vida profissional e na pessoal. Podiamos dizer que faz parte do nosso "fado" e que está entrenhado na nossa cultura o facto de vermos o "lado mau das coisas".
Até compreendo que isto seja assim e que seja complicado mudar uma tradição cultural mas de vez em quando deveriamos mudar o bico ao prego e fazer o contrário. Nos últimos meses parece que a coisa tem vindo a mudar lentamente já que recentemente encontrei 4 artigos a falar bem do nosso país mas é claramente insuficiente.
A minha pergunta desta vez é...Não se faz BASEADO EM QUÊ? Não podemos gostar de nós?