segunda-feira, janeiro 19, 2009

A crise financeira – a última reacção

Temos alguns exemplos bem recentes de uma grande crise financeira, a crise nipónica de 1997. Inclusive temos acesso às reacções do estado nipónico, às suas medidas correctivas e suas consequências. Claro está que a crise financeira que assola o sistema financeiro americano, e por derivado o resto do mundo, não tem precedentes desde 1929; mas de qualquer maneira deveríamos ter em conta os eventos mais recentes (como aprendizagem pelo menos), certo?

A verdade é que tal não acontece! A falta de competência e de coragem política continua (todos esperamos que o Sr.Obama venha dar uma mãozinha através dos EUA, continuando em aberto que o fará na Europa) e isso motiva-me a mais um post. BASEADO EM QUÊ???

Na última reacção dos nossos bancos centrais e dos reguladores. Parece ser que a política mais produtiva e inovadora dos nossos responsáveis é a descida das taxas de juro!

Nos EUA o preço do dinheiro está perto dos 0% e na Europa já desceu até aos 2%. Ou seja, baixamos os juros para que o consumidor se sinta confiante e possa fazer o que sempre fez…consumir, consumir, consumir sem parar e sem pensar nos compromissos futuros que acaba de assumir. A teoria é fácil: como se pode ter dinheiro a um baixo custo não existe problema em consumir tudo o que se deseja e logo se paga. Mas então não foi está a razão de fundo da crise???

No entanto os movimentos das taxas de juro não resultam, o “Zé povinho” não consume, está preocupado e não tem acesso fácil ao crédito. Os bancos aproveitam este momento para explorar um pouco mais o seu cliente (nenhuma das instituições financeira está particularmente disposta a arriscar) e ainda que tenham recebido milhões e milhões em pacotes de ajuda estatais, e para os quais os clientes ajudaram, continuam com a sua estratégia fixa e a vetar o acesso ao crédito.

O consumo está a parar e já se começa a falar no risco de deflação, esse grande flagelo da economia moderna.

Olhando para trás podemos verificar que o Japão passou pelos mesmos passos (crise, descida de juros e recessão no consumo) com um resultado não muito positivo, já que após 10 anos ainda continua muito vulnerável a qualquer “constipação”.

Será que vamos conseguir aprender? Será que vamos conseguir evitar o pior? Será que existe coragem para corrigir o mal que se fez e punir os culpados?

Apenas mais uma nota: Quando algo perde o seu valor é muito complicado que o recupere, normalmente as empresas desenvolvem um substituto para esse algo. Como se substitui o dinheiro, esse bem essencial de troca?