Como muitos de vós sabem temos um novo cartão disponível: o Cartão do Cidadão! Uma boa iniciativa do Governo já que visa substituir a imensidão de documentos que temos: o Bilhete de Identidade (dando fim ao velhinho cartão amarelo que simplesmente ficou desactualizado e fora de uso pelo tamanho das carteiras que temos), o cartão de eleitor (tema que já suscitou alguma polémica na sociedade portuguesa pela liberdade de local de voto), o cartão de contribuinte e possivelmente algum mais.
Por fim aproximamo-nos dos nossos companheiros da Europa. Mas não ficamos por aqui, damos um passo em frente e inserimos também um chip electrónico no cartão do cidadão. Este permite-nos não só mudarmos alguns dos nossos dados sem que tenhamos que ir à conservatória, registo ou loja do cidadão; como também ter ainda um certificado digital que facilita a interacção com os novos portais do governo: portal do cidadão e portal da empresa.
Até aqui tudo bem e a iniciativa merece os nossos aplausos e parabéns!
Agora andava à procura de alguma informação nos portais do Governo e encontrei uma barreira, como não tenho certificado digital não consigo aceder a certas instruções de como obter informação. Ora para sabermos como pedir certo tipo de certificados, certidões ou pedidos sobre empresas necesitamos ter um certificado digital.
Consigo perceber porque razão é necesário o certificado digital para realizar os pedidos de ditos certificados, mas que o seja para consigamos saber "como" obtê-los não me parece correcto.
Se só existem 1,7 milhões de cartões do cidadão (os outros 9,3 milhões ainda continuam com o cartão antigo) quer dizer que a grande maioria da população não tem acesso a informação online...isto é descriminação! E sem que exista um plano para que num curto espaço de tempo todos tenhamos o tal cartão mágico!
E esta discriminação existe BASEADA EM QUÊ? Não é tão fácil colocar a informação na web disponível a todos???
quinta-feira, agosto 13, 2009
domingo, junho 07, 2009
As empresas e as pressas
As empresas tal como as pessoas têm fases. Aliás sabendo que as empresas são as pessoas, só faz sentido que passem fases boas e más durante o ano. Indo um pouco más além é normal que as empresas passem diferentes fases evolutivas, de maturidade e desenvolvimento.
Sabemos que o bebé não pode correr antes de andar, que não podemos escrever antes de saber as letras, que só aprendemos a fazer contas de somar depois de conhecer os números, que só somos capazes de ter responsabilidades após uma certa idade, etc…
Nas empresas é o mesmo, primeiro têm de ser criar as suas estruturas, métodos e processos. É necessário criar uma identidade, uma missão, partilhar valores e depois estratégias para que a operacionalidade seja o mais eficaz possível. Sejam novas ou apenas uma fusão de empresas com história é sempre necessário começar pelo principio.
Mas nem sempre as pessoas se lembram disto, os líderes e empresarios esquecem-se que as suas empresas necessitam de tempo e de tomar determinados passos. A pressão pelos resultados, a fome de performance e querer mostrar obrigam-nos a tomar decisões descabidas (muitas vezes comprometedoras a nível de longo prazo) transmitindo à empresa e seus empregados uma pressão e instabilidade que não são nada proveitosos. Muitas das vezes esta instabilidade é comunicada a outros agentes de contacto da empresa, nomeadamente bancos e clientes (ou com o termo mais lato em inglês: shareholders) piorando o cenário de actuação.
Isto é ainda mais verdade no mundo latino devido à nossa capacidade nata de improvisar (improvisar é uma capacidade latina, o desenrascar é portuguesa!) e de fugir ao planear.
MAS BASEADO EM QUÊ???
Será que não é possível no mundo de hoje em dia lembrarmo-nos da sabedoria dos nossos ditados populares e utilizar-la? Todos nós sabemos que “não se pode colocar a carroça à frente dos bois” e que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”!!
Juntemos a nossa capacidade de improvisar, ao planeamento nipónico e norte europeu, e dando tempo à empresa para que nos tornemos mais fortes. Será tão descabido???
Sabemos que o bebé não pode correr antes de andar, que não podemos escrever antes de saber as letras, que só aprendemos a fazer contas de somar depois de conhecer os números, que só somos capazes de ter responsabilidades após uma certa idade, etc…
Nas empresas é o mesmo, primeiro têm de ser criar as suas estruturas, métodos e processos. É necessário criar uma identidade, uma missão, partilhar valores e depois estratégias para que a operacionalidade seja o mais eficaz possível. Sejam novas ou apenas uma fusão de empresas com história é sempre necessário começar pelo principio.
Mas nem sempre as pessoas se lembram disto, os líderes e empresarios esquecem-se que as suas empresas necessitam de tempo e de tomar determinados passos. A pressão pelos resultados, a fome de performance e querer mostrar obrigam-nos a tomar decisões descabidas (muitas vezes comprometedoras a nível de longo prazo) transmitindo à empresa e seus empregados uma pressão e instabilidade que não são nada proveitosos. Muitas das vezes esta instabilidade é comunicada a outros agentes de contacto da empresa, nomeadamente bancos e clientes (ou com o termo mais lato em inglês: shareholders) piorando o cenário de actuação.
Isto é ainda mais verdade no mundo latino devido à nossa capacidade nata de improvisar (improvisar é uma capacidade latina, o desenrascar é portuguesa!) e de fugir ao planear.
MAS BASEADO EM QUÊ???
Será que não é possível no mundo de hoje em dia lembrarmo-nos da sabedoria dos nossos ditados populares e utilizar-la? Todos nós sabemos que “não se pode colocar a carroça à frente dos bois” e que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”!!
Juntemos a nossa capacidade de improvisar, ao planeamento nipónico e norte europeu, e dando tempo à empresa para que nos tornemos mais fortes. Será tão descabido???
sábado, fevereiro 07, 2009
Ibéria e o inglês
Estou em Espanha há um ano e meio. Tem sido um tempo intenso, cheio de descobertas, de lutas e de alegrias. Hoje venho aqui fazer uma critica ao internacionalismo espanhol e em particular à Ibéria.
Mas Baseado em quê? Ora baseado no domínio da língua inglesa que existe nesta companhia.
Viajo bastante vezes com a Ibéria, tanto por outros países como para cidades bastante internacionais (Barcelona ou Bilbao) e é sempre um desafio compreender o anúncio das normas de segurança ou simplesmente as boas-vindas da tripulação. Até podemos aceitar que os espanhóis são totalmente inaptos para as línguas estrangeiras e em especial para o inglês (salvo raras excepções que merecem todo o nosso respeito e admiração), mas numa companhia aérea???? Numa empresa que todos os dias tem contactos com dezenas de diferentes nacionalidades??
Então e a segurança, a comunicação com os passageiros, com as torres de controlo??? E os casos de emergência? E as pessoas que voam pela primeira vez???
Não consigo compreender como exigem o cumprimento de tantas e tantas regras, meios de segurança e planos alternativos mas como depois se esquecem de um aspecto básico...a comunicação.
Mas se as agências internacionais e de controlo se esquecem deste aspecto o que pode ser de alguma forma explicável qual o papel da Ibéria? Como é que os funcionários e quadros desta empresa não pensam neste pequeno-grande problema e em forma de solucionar-lo? Será que é muito complicado conseguir umas gravações em inglês para todos os aviões com as normas de segurança???
Sei que pelo menos os/as hospedeiras agradeceriam tal é o pânico com que encaram esses momentos. E pelo menos evitavam de transparecer esta fragilidade. Penso eu que seria relevante para esta empresa que se pretende afirmar como potência europeia.
Mas Baseado em quê? Ora baseado no domínio da língua inglesa que existe nesta companhia.
Viajo bastante vezes com a Ibéria, tanto por outros países como para cidades bastante internacionais (Barcelona ou Bilbao) e é sempre um desafio compreender o anúncio das normas de segurança ou simplesmente as boas-vindas da tripulação. Até podemos aceitar que os espanhóis são totalmente inaptos para as línguas estrangeiras e em especial para o inglês (salvo raras excepções que merecem todo o nosso respeito e admiração), mas numa companhia aérea???? Numa empresa que todos os dias tem contactos com dezenas de diferentes nacionalidades??
Então e a segurança, a comunicação com os passageiros, com as torres de controlo??? E os casos de emergência? E as pessoas que voam pela primeira vez???
Não consigo compreender como exigem o cumprimento de tantas e tantas regras, meios de segurança e planos alternativos mas como depois se esquecem de um aspecto básico...a comunicação.
Mas se as agências internacionais e de controlo se esquecem deste aspecto o que pode ser de alguma forma explicável qual o papel da Ibéria? Como é que os funcionários e quadros desta empresa não pensam neste pequeno-grande problema e em forma de solucionar-lo? Será que é muito complicado conseguir umas gravações em inglês para todos os aviões com as normas de segurança???
Sei que pelo menos os/as hospedeiras agradeceriam tal é o pânico com que encaram esses momentos. E pelo menos evitavam de transparecer esta fragilidade. Penso eu que seria relevante para esta empresa que se pretende afirmar como potência europeia.
segunda-feira, janeiro 19, 2009
A crise financeira – a última reacção
Temos alguns exemplos bem recentes de uma grande crise financeira, a crise nipónica de 1997. Inclusive temos acesso às reacções do estado nipónico, às suas medidas correctivas e suas consequências. Claro está que a crise financeira que assola o sistema financeiro americano, e por derivado o resto do mundo, não tem precedentes desde 1929; mas de qualquer maneira deveríamos ter em conta os eventos mais recentes (como aprendizagem pelo menos), certo?
A verdade é que tal não acontece! A falta de competência e de coragem política continua (todos esperamos que o Sr.Obama venha dar uma mãozinha através dos EUA, continuando em aberto que o fará na Europa) e isso motiva-me a mais um post. BASEADO EM QUÊ???
Na última reacção dos nossos bancos centrais e dos reguladores. Parece ser que a política mais produtiva e inovadora dos nossos responsáveis é a descida das taxas de juro!
Nos EUA o preço do dinheiro está perto dos 0% e na Europa já desceu até aos 2%. Ou seja, baixamos os juros para que o consumidor se sinta confiante e possa fazer o que sempre fez…consumir, consumir, consumir sem parar e sem pensar nos compromissos futuros que acaba de assumir. A teoria é fácil: como se pode ter dinheiro a um baixo custo não existe problema em consumir tudo o que se deseja e logo se paga. Mas então não foi está a razão de fundo da crise???
No entanto os movimentos das taxas de juro não resultam, o “Zé povinho” não consume, está preocupado e não tem acesso fácil ao crédito. Os bancos aproveitam este momento para explorar um pouco mais o seu cliente (nenhuma das instituições financeira está particularmente disposta a arriscar) e ainda que tenham recebido milhões e milhões em pacotes de ajuda estatais, e para os quais os clientes ajudaram, continuam com a sua estratégia fixa e a vetar o acesso ao crédito.
O consumo está a parar e já se começa a falar no risco de deflação, esse grande flagelo da economia moderna.
Olhando para trás podemos verificar que o Japão passou pelos mesmos passos (crise, descida de juros e recessão no consumo) com um resultado não muito positivo, já que após 10 anos ainda continua muito vulnerável a qualquer “constipação”.
Será que vamos conseguir aprender? Será que vamos conseguir evitar o pior? Será que existe coragem para corrigir o mal que se fez e punir os culpados?
Apenas mais uma nota: Quando algo perde o seu valor é muito complicado que o recupere, normalmente as empresas desenvolvem um substituto para esse algo. Como se substitui o dinheiro, esse bem essencial de troca?
A verdade é que tal não acontece! A falta de competência e de coragem política continua (todos esperamos que o Sr.Obama venha dar uma mãozinha através dos EUA, continuando em aberto que o fará na Europa) e isso motiva-me a mais um post. BASEADO EM QUÊ???
Na última reacção dos nossos bancos centrais e dos reguladores. Parece ser que a política mais produtiva e inovadora dos nossos responsáveis é a descida das taxas de juro!
Nos EUA o preço do dinheiro está perto dos 0% e na Europa já desceu até aos 2%. Ou seja, baixamos os juros para que o consumidor se sinta confiante e possa fazer o que sempre fez…consumir, consumir, consumir sem parar e sem pensar nos compromissos futuros que acaba de assumir. A teoria é fácil: como se pode ter dinheiro a um baixo custo não existe problema em consumir tudo o que se deseja e logo se paga. Mas então não foi está a razão de fundo da crise???
No entanto os movimentos das taxas de juro não resultam, o “Zé povinho” não consume, está preocupado e não tem acesso fácil ao crédito. Os bancos aproveitam este momento para explorar um pouco mais o seu cliente (nenhuma das instituições financeira está particularmente disposta a arriscar) e ainda que tenham recebido milhões e milhões em pacotes de ajuda estatais, e para os quais os clientes ajudaram, continuam com a sua estratégia fixa e a vetar o acesso ao crédito.
O consumo está a parar e já se começa a falar no risco de deflação, esse grande flagelo da economia moderna.
Olhando para trás podemos verificar que o Japão passou pelos mesmos passos (crise, descida de juros e recessão no consumo) com um resultado não muito positivo, já que após 10 anos ainda continua muito vulnerável a qualquer “constipação”.
Será que vamos conseguir aprender? Será que vamos conseguir evitar o pior? Será que existe coragem para corrigir o mal que se fez e punir os culpados?
Apenas mais uma nota: Quando algo perde o seu valor é muito complicado que o recupere, normalmente as empresas desenvolvem um substituto para esse algo. Como se substitui o dinheiro, esse bem essencial de troca?
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