Vou contar hoje um caso real que aconteceu numa instituição pública.
Em determinado Ministério, o Director “António” é promovido para Director do departamento de Logistica e Manutenção. O dito Director vai conhecer algumas das secções e equipes do seu departamento e devido à sua formação profissional bastante prática e objectiva analisa o potencial de uma das secções de manutenção que está dedicada à manutenção de um equipamento que o Director conhece na perfeição. Além de estudar o potencial da secção, estuda os seus custos, rentabilidade e productividade e chega à conclusão (que deve ser comum a quase todos os departamentos públicos)que a secção é deficitária já que o valor do que produz é inferior ao seu custo.
Dita secção tem 18 pessoas e faz a manutenção de um equipamento militar, executa a manutenção em no triplo das horas previstas pela marca e tal não é fruto de falta de formação (já que foi dada pela marca em distintas ocasiões) ou por falta de material. Estão organizados em equipes de 4 trabalhadores (deveriam estar organizados em equipes de 2 já que mais torna o trabalho ineficiente) e existem sempre duas posições livres devido ao absentismo.
Com esta organização a manutenção do parque nacional de veículos é executada na sua totalidade a cada 3 anos deixando de existir espaço para trabalho extra. No entando a ideia de dita seccção era executar toda a manutenção interna apenas num ano e ter tempo de se transformar num potencial exportador de serviços altamente valorizados graças ao seu caractér específico. António, devido ao que identificou, está a tentar colocar a secção dentro da linha anteriormente programada e como se trata de um ministério de comando directo provavelmente será possível realizar-se esta mudança, mas só até ao próximo chefe chegar.
O país está hipotecado, temos a troika em casa e um plano de austeridade que está a afectar tudo e todos. MAS BASEADO EM QUÊ seguimos com estes tipos de comportamentos? Será que só vamos mudar quando acabar a imperial e os tremoços?
domingo, setembro 25, 2011
terça-feira, maio 31, 2011
A Alternativa...
Dia 3 de Junho temos eleições em Portugal, desta feita vamos definir o futuro do nosso país. Temos de o fazer de forma precipitada e provavelmente no contexto mais complexo para o nosso país dos últimos 25 anos. Estamos de novo entregues ao FMI e empréstimos internacionais, numa situação política demasiado instável e onde a grande maioria população, que deveria estar unida, ainda não se apercebeu (ou não se manifestou) de qual é a gravidade da situação e quais a mudanças estruturais que temos que enfrentar.
Chegamos a esta situação depois da famosa crise financeira (já por mim abordada em diferentes ocasiões) que abalou o mundo e o nosso país. Para se conseguir ultrapassar a crise financeira nos bancos o Estado teve de dar garantias e apoiar (para não dizer responsabilizar-se) casos menos transparentes como o caso do BPN e começar a assumir dívidas. No meio da crise e para bem da transparência a UE resolve mudar as regras contabilistas dos Estados e de repente torna-se vísivel o "buraco negro" em quase toda a sua dimensão....digo quase toda porque desconfio que muito há para descobrir.
Podemos discutir a "pescadinha de rabo na boca" financeira que se criou nos últimos dois anos (Estado, bancos, especuladores, etc...), os 20 anos de suposto desenvolvimento económico patrocinado pelos fundos europeus ou o crónico défice comercial compensado durante muito tempo pelas remessas dos emigrantes. Podemos fazê-lo e deveriamos fazê-lo para conhecermos os nossos erros e tentar corrigir o possível e evitá-los num futuro. Mas hoje apenas quero discutir as alternativas para as eleições.
Temos que escolher o futuro para o país e sem alternativas!!! Baseado em quê??? Vejamos:
Sócrates - o responsável (não total) pela situação actual. Faltou-lhe levar a cabo a grande maioria das politicas e reformas anunciadas, de antecipar (não antever) a dimensão da crise e de executar atempadamente as medidas correctas.
Passos Coelho - o suposto herói da pátria que com a sua sede de poder deu a estocada final no país moribundo. Realmente devemos premiar o "destruir para reconstruir"??
Paulo Portas - o oportunista. Sempre esteve presente nos momentos de indecisão assumindo um extremo poder com eles. A última vez que esteve no Governo fez alguns dos contractos mais absurdos e despesistas de sempre...os tridentes e as chaimites.
Os outros de Esquerdas - os utópicos! Necessários num parlamento para dar ideias, mas completamente inaptos para formar um governo. É de louvar a capacidade criativa mas infelizmente não têm sentido prático e capacidade humana para o Governo.
Então qual é a alternativa???
E ainda falta uma variável essencial...quais são as metas a que já nos comprometemos com a Troika? Não deveriamos saber quais os compromissos e objectivos que temos para os próximos anos para que podamos escolher qual a equipa que consideramos ter melhores condiciones para nos os cumprir?
Nota: Faz-me falta a revolução popular que já aconteceu na Islândia. Os meus apoios para o movimento "Democracia Real Já"...mas falta algo mais...
Chegamos a esta situação depois da famosa crise financeira (já por mim abordada em diferentes ocasiões) que abalou o mundo e o nosso país. Para se conseguir ultrapassar a crise financeira nos bancos o Estado teve de dar garantias e apoiar (para não dizer responsabilizar-se) casos menos transparentes como o caso do BPN e começar a assumir dívidas. No meio da crise e para bem da transparência a UE resolve mudar as regras contabilistas dos Estados e de repente torna-se vísivel o "buraco negro" em quase toda a sua dimensão....digo quase toda porque desconfio que muito há para descobrir.
Podemos discutir a "pescadinha de rabo na boca" financeira que se criou nos últimos dois anos (Estado, bancos, especuladores, etc...), os 20 anos de suposto desenvolvimento económico patrocinado pelos fundos europeus ou o crónico défice comercial compensado durante muito tempo pelas remessas dos emigrantes. Podemos fazê-lo e deveriamos fazê-lo para conhecermos os nossos erros e tentar corrigir o possível e evitá-los num futuro. Mas hoje apenas quero discutir as alternativas para as eleições.
Temos que escolher o futuro para o país e sem alternativas!!! Baseado em quê??? Vejamos:
Sócrates - o responsável (não total) pela situação actual. Faltou-lhe levar a cabo a grande maioria das politicas e reformas anunciadas, de antecipar (não antever) a dimensão da crise e de executar atempadamente as medidas correctas.
Passos Coelho - o suposto herói da pátria que com a sua sede de poder deu a estocada final no país moribundo. Realmente devemos premiar o "destruir para reconstruir"??
Paulo Portas - o oportunista. Sempre esteve presente nos momentos de indecisão assumindo um extremo poder com eles. A última vez que esteve no Governo fez alguns dos contractos mais absurdos e despesistas de sempre...os tridentes e as chaimites.
Os outros de Esquerdas - os utópicos! Necessários num parlamento para dar ideias, mas completamente inaptos para formar um governo. É de louvar a capacidade criativa mas infelizmente não têm sentido prático e capacidade humana para o Governo.
Então qual é a alternativa???
E ainda falta uma variável essencial...quais são as metas a que já nos comprometemos com a Troika? Não deveriamos saber quais os compromissos e objectivos que temos para os próximos anos para que podamos escolher qual a equipa que consideramos ter melhores condiciones para nos os cumprir?
Nota: Faz-me falta a revolução popular que já aconteceu na Islândia. Os meus apoios para o movimento "Democracia Real Já"...mas falta algo mais...
sábado, abril 30, 2011
A corrida
Durante o mês de Abril fui correr a minha primeira corrida popular: os 10 km de Madrid (achei que para primeira vez chegavam 10km não era preciso ir à maratona). Baseado em quê?? Bem...apenas numa ideia um pouco idiota a que dois amigos disseram que sim...e lá fomos nós.
9 a.m. no ponto de encontro (num Domingo)...e milhares de pessoas: maratonistas profissionais, fundistas, aficionados da corrida, os desportistas de fim-de-semana, os divertidos, os grupos de amigos, as associções, os veteranos, os principiantes, nós os dois e outros mais.
A organização perfeita (pelo menos para mim), pois por apenas 15€ têm-se direito a uma camisa de corrida, um saco para o guarda-roupa, uma bolsa para os valores, um mapa, um gel de banho, inumeras revistas e publicidad, àgua, iogurtes e isostar à descrição. O circuito muito bem demarcado, apoio na rua, a policia, os bombeiros, pessoal médico, música e animação. Inúmeros patrocinadores, meia cidade dedicada ao evento e as principais artérias fechadas.
Para mim foi a primeira vez de muitas, correr entre esta massa ajuda, a força humana é excelente e sempre que vacilas há uma voz de apoio de algum lago: "bora tu consegues...não desistas". Resultado abaixo do meu objetivo: 1:03:52 e dia 8 de Maio lá vou eu outra vez. :-)
9 a.m. no ponto de encontro (num Domingo)...e milhares de pessoas: maratonistas profissionais, fundistas, aficionados da corrida, os desportistas de fim-de-semana, os divertidos, os grupos de amigos, as associções, os veteranos, os principiantes, nós os dois e outros mais.
A organização perfeita (pelo menos para mim), pois por apenas 15€ têm-se direito a uma camisa de corrida, um saco para o guarda-roupa, uma bolsa para os valores, um mapa, um gel de banho, inumeras revistas e publicidad, àgua, iogurtes e isostar à descrição. O circuito muito bem demarcado, apoio na rua, a policia, os bombeiros, pessoal médico, música e animação. Inúmeros patrocinadores, meia cidade dedicada ao evento e as principais artérias fechadas.
Para mim foi a primeira vez de muitas, correr entre esta massa ajuda, a força humana é excelente e sempre que vacilas há uma voz de apoio de algum lago: "bora tu consegues...não desistas". Resultado abaixo do meu objetivo: 1:03:52 e dia 8 de Maio lá vou eu outra vez. :-)
sexta-feira, janeiro 07, 2011
Empréstimos do Estado
O Estado necessita de liquidez de curto-prazo. É assim em todas as economias já que existe um défice de tesouraria e as entregas mensuais de IRC, IRS, IVA, demais impostos e taxas não são suficientes para colmatar as despesas correntes de cada mês. Esta situação agrava-se quando temos empréstimos obrigacionistas para pagar.
Ora nos últimos tempos temos ouvido cada vez mais falar neste instrumento de financiamento do Estado (as obrigações do Tesouro) e nas taxas de juro que o mesmo oferece. Ora se o Banco Central Europeu empresta dinheiro aos bancos a 1% e as Euribor oscilam entre 1 e 2% o prémio que o Estado tem de pagar por pedir dinheiro aos investidores está entre os 6 e os 7%!!! Mas baseado em quê??? Está é fácil...na falta de credibilidade que o Estado Português oferece aos investidores.
Agora tenho eu um pensamento...se os bancos andam a captar as poupanças dos portugueses com taxas de juro de 3,5 a 4%, porque raio é que o Estado tem de pagar quase 7%?
Já sei que os 1250 milhões de euros que querem colocar a um prazo de 10 anos, e os 750 milhões a 4 anos são muito dinheiro, mas secalhar fazendo uma boa campanha de publicidade como se fazem para as OPV o Estado é capaz de colocar uma parte significativa deste montante a 5 ou 5,5%. Afinal de contas para quem não gosta de risco nada melhor que emprestar o dinheiro ao Estado, já que é menos provável que entre em falência que um banco.
Claro está que para isto é necessário planeamento e fazer as coisas com algum tipo de estratégia, mas numa altura em que é preciso poupar em tudo e em que temos de cortar não é altura para pensar bem a nossa estratégia de financiamento e conseguir provar todas as alternativas? É que pensando bem 1% menos de juros são menos 7,5 milhões de euros por ano...
Ora nos últimos tempos temos ouvido cada vez mais falar neste instrumento de financiamento do Estado (as obrigações do Tesouro) e nas taxas de juro que o mesmo oferece. Ora se o Banco Central Europeu empresta dinheiro aos bancos a 1% e as Euribor oscilam entre 1 e 2% o prémio que o Estado tem de pagar por pedir dinheiro aos investidores está entre os 6 e os 7%!!! Mas baseado em quê??? Está é fácil...na falta de credibilidade que o Estado Português oferece aos investidores.
Agora tenho eu um pensamento...se os bancos andam a captar as poupanças dos portugueses com taxas de juro de 3,5 a 4%, porque raio é que o Estado tem de pagar quase 7%?
Já sei que os 1250 milhões de euros que querem colocar a um prazo de 10 anos, e os 750 milhões a 4 anos são muito dinheiro, mas secalhar fazendo uma boa campanha de publicidade como se fazem para as OPV o Estado é capaz de colocar uma parte significativa deste montante a 5 ou 5,5%. Afinal de contas para quem não gosta de risco nada melhor que emprestar o dinheiro ao Estado, já que é menos provável que entre em falência que um banco.
Claro está que para isto é necessário planeamento e fazer as coisas com algum tipo de estratégia, mas numa altura em que é preciso poupar em tudo e em que temos de cortar não é altura para pensar bem a nossa estratégia de financiamento e conseguir provar todas as alternativas? É que pensando bem 1% menos de juros são menos 7,5 milhões de euros por ano...
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